sexta-feira, 23 de maio de 2014

Letters to a Young Scientist


http://www.amazon.com/Letters-Young-Scientist-Edward-Wilson/dp/0871403773

Letters to a Young Scientist Hardcover

by Edward O. Wilson

Pulitzer Prize–winning biologist Edward O. Wilson imparts the wisdom of his storied career to the next generation.
Edward O. Wilson has distilled sixty years of teaching into a book for students, young and old. Reflecting on his coming-of-age in the South as a Boy Scout and a lover of ants and butterflies, Wilson threads these twenty-one letters, each richly illustrated, with autobiographical anecdotes that illuminate his career—both his successes and his failures—and his motivations for becoming a biologist. At a time in human history when our survival is more than ever linked to our understanding of science, Wilson insists that success in the sciences does not depend on mathematical skill, but rather a passion for finding a problem and solving it. From the collapse of stars to the exploration of rain forests and the oceans’ depths, Wilson instills a love of the innate creativity of science and a respect for the human being’s modest place in the planet’s ecosystem in his readers. 21 illustrations

Táticas da Pesquisa Científica


http://minhateca.com.br/PabloStuart/Documentos/An*c3*a1lise+do+Comportamento/Sidman*2c+M.+%28----%29.+T*c3*a1ticas+da+Pesquisa+Cient*c3*adfica,1987307.pdf

Sidman, M. (----). Táticas da Pesquisa Científica.pdf

Tese da USP aponta para possibilidade de comportamento antiético na publicação de artigos científicos brasileiros


http://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil/noticia/2011-07-25/tese-da-usp-aponta-para-possibilidade-de-comportamento-antietico-na-publicacao-de-artigos-cientificos

Tese da USP aponta para possibilidade de comportamento antiético na publicação de artigos científicos brasileiros

25/07/2011 - 17h46
Gilberto Costa
Repórter da Agência Brasil
Brasília – Tese de doutorado da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo (FEA/USP) alerta para a possibilidade de problemas de conduta ética na publicação de artigos científicos de pesquisadores brasileiros, tais como coautorias forjadas e citações de fontes não consultadas na bibliografia dos trabalhos acadêmicos.
O autor da tese, Jesusmar Ximenes Andrade, cita entre os problemas mais comuns a citação de mais livros e artigos na bibliografia além dos realmente usados, o que aumenta a credibilidade do estudo, e a coautoria, que aparece como favor trocado. Nesse último caso, os falsos parceiros assinam dois artigos em vez de um e, assim, aumentam sua produtividade, quesito que é avaliado pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), no processo de classificação dos programas de pós-graduação. Ligada ao Ministério da Educação, a Capes é uma das agências de fomento à pesquisa científica e acadêmica do governo federal.
A suspeita de ocorrências de conduta antiética na produção de artigos científicos veio a partir da aplicação de 85 questionários, respondidos por participantes do Congresso USP de Controladoria e Contabilidade, realizado em 2009, em São Paulo. Segundo a pesquisa, a maioria das pessoas afirmou não conhecer nenhum caso de má conduta, mas elas acreditam que tais práticas seja comuns.
Andrade estranhou o resultado. “As pessoas conhecem pouco, mas acreditam que ocorrem [problemas antiéticos] mais do que acontecem? Eu presumi que quem estava respondendo sobre as suas crenças também estava respondendo sobre os seus próprios hábitos”, disse o autor da tese, que é professor adjunto da Universidade Federal do Piauí (UFPI). A tese foi defendida em abril, no Departamento de Contabilidade da FEA/USP.
Andrade destaca o fato de os resultados de sua pesquisa dizerem respeito à “má conduta na pesquisa das ciências contábeis”, mas avalia que “não encontraríamos resultados muito diferentes se fôssemos para um censo”, incluindo todos os campos científicos.
Para ele, o Brasil mantém o foco na quantidade, critério que fez o país ocupar o décimo terceiro lugar na produção científica internacional, e não se preocupa com a qualidade. “Por que o Brasil não tem um [Prêmio] Nobel?”, pergunta ao afirmar que “a quantidade que nós estamos buscando é infinitamente desproporcional à qualidade dos estudos que estamos produzindo”.
A busca por quantidade é almejada por todos os pesquisadores, de acordo com Andrade. “Seja para conseguir recursos ou para obter status dentro da academia.” Em sua opinião, “para buscar essa quantidade, esse volume, termina-se utilizando certos artifícios que, segundo foi observado, não são condutas livres de suspeita. São condutas impregnadas de comportamentos antiéticos”.
O autor da tese diz que a Capes dispõe de “métricas” de avaliação mais voltadas à qualidade do trabalho do pesquisador do que à quantidade de artigos gerados. “O sistema de avaliação chamado Qualis pontua os artigos conforme a revista científica de publicação”, lembrou.
A Agência Brasil procurou pela Capes desde a última sexta-feira (22), mas foi informada hoje (25), por e-mail, que o diretor de Avaliação, Livio Amaral, “precisa de uns dias para ler a tese”.
O professor de metodologia do Departamento de Sociologia da Universidade de Brasília (UnB), Marcelo Medeiros, não concorda com o conceito de que a busca por quantidade seja prejudicial. Segundo ele, a pressão da Capes por aumento da produtividade “é mínima”. Em sua opinião, “opor quantidade à qualidade não é correto”. “Nas ciências em geral, os melhores pesquisadores são também professores que têm bom nível de publicações. Publica muito quem pesquisa muito."
Edição: Lana Cristina

Formação da mentalidade científica


http://www.scielo.br/pdf/ea/v5n12/v5n12a08.pdf

Formação da mentalidade científica
 
MÁRIO
SCHENBERG

Profissionalização do Cientista: um olhar além da manchete


http://www.iq.usp.br/encontropg/?p=571

Profissionalização do Cientista: um olhar além da manchete

Posted by on ago 21, 2013 in Destaque, Textos | 1 comment
Profissionalização do Cientista: um olhar além da manchete
Agora que vocês revisitaram os textos e ações públicas acerca da ‘Profissionalização do Cientista’ podemos partir para uma análise crítica. Nesse texto, vou explorar alguns aspectos da proposta e da linha de argumentação utilizada pela professora Suzana Herculano-Houzel, grande promotora da ideia, no âmbito político formal. Antes de qualquer coisa, reitero que esse artigo reflete a opinião pessoal do autor e não do Instituto de Química (IQ), tampouco da Representação Discente da Pós Graduação (RDPG) do IQ. Sintam-se a vontade para discordar e debater – aliás, esse é o objetivo desse texto.
Começo por fazer duas importantes ressalvas sobre o assunto: 1. Eu compreendo e compartilho da preocupação de Suzana e muitos outros colegas sobre a falta de reconhecimento social sobre os trabalhos de pesquisa e os profissionais da academia. A pouca familiaridade da população com a realidade da ciência, dentro e fora do Brasil, é refletida em perguntas desconfortantes ao jovem que opta pela pesquisa: “quando começa a trabalhar?”, “você só estuda?” e por aí segue. O abismo é tão grande que Suzana, em seus textos e palestras, refere-se ao universo externo à academia como “mundo real”. Aliás, aproveito para fazer uma primeira crítica: usar como ferramenta retórica um distanciamento entre academia e sociedade é uma atitude pouco responsável para um comunicador que preza pela valorização da ciência. Pode ajudar a fazer-se entendido dentro do meio acadêmico, mas reforça, para a sociedade, um estereótipo nós/eles que mantém o universo acadêmico invisível (escreverei sobre, em breve).
2. Quando vamos falar de nossas profissões (isso vale para qualquer categoria) é muito comum a vitimização e uma descrição dramática de nossa condição. É um comportamento social comum, que resulta de uma visão pessimista e egoísta – incomoda-me. Portanto, sugiro uma breve reflexão sobre a condição social do cientista. Somos uma classe privilegiada, pode ser que a remuneração do cientista, principalmente ao longo de nosso treinamento, não seja a melhor ou mais justa, mas nossa realidade é muito mais confortável do que grande parte da sociedade, grande parte que possui, inclusive, a abençoada assinatura no livrinho azul. Se você não entende como pode ser privilegiado, deixo uma postagem mais antiga na qual reconheço os privilégios dentro de minha própria história escolar – a discussão nessa, em particular, foi bem rica.
Agora vamos à análise da proposta e da linha de argumentação da professora. Devo aqui confessar que não vejo com animação o conteúdo (a proposta) e a forma (linha de argumentação e ações públicas) com que o tema vem sendo tratado. O estranhamento poderia ser simplesmente pelo fato de que a mobilização vem sendo realizada por alguém que já ocupa uma posição confortável na academia (docência na universidade pública) e na ciência (a área de neurociências é particularmente forte, hoje). Outro estranhamento advém do caminho escolhido pela professora para efetivar a mudança desejada. Por mais que a esfera política formal seja a instância onde alterações legislativas sejam possíveis, parece-me que a proposta pulou etapas, por não ter sido amplamente debatida dentro das universidades, pelos principais afetados por essas proposições. Entretanto, constato alguns problemas mais sérios, que precisam ser descontruídos. Abordo-os a seguir.
Em sua palestra, Herculano diz que o regime de trabalho nos laboratórios das universidades é ilegal e que auditores do trabalho fechariam todos os laboratórios de pesquisa se houvesse denúncia ao ministério público do trabalho por qualquer cidadão comum. Há controvérsias. Copio um amigo, advogado, sobre o assunto: “Trata-se de um assunto um pouco complexo para ser tão objetivo e simplista. Todavia o direito se baseia em interpretações e em última instância culminam em decisões políticas. Nesse sentido vem se posicionando o nosso STF (Supremo Tribunal Federal) onde as decisões tomadas lá mostram cada vez mais a influência política das decisões. No que diz respeito às primeiras instâncias da justiça, verificamos uma decisão em bloco e cada vez mais “industrializada”, onde os magistrados sequer leem a petição inicial e decidem por assunto, cabendo aos funcionários dos cartórios judiciais elaborarem as sentenças e os despachos. Nessa toada, tem-se que o posicionamento adotado pela Suzana pode ser plausível (preciso ver mais a fundo como ela se fundamenta) uma vez que os pós-graduandos trabalham em regime integral, sem férias, décimo terceiro salário e etc. Contudo, hoje temos um contrato que delimita as regras dos bolsistas, regulamentados por instituições de fomento e com interveniência das universidades. Ademais, não devemos nos esquecer de que muitos juízes são professores na universidade e também tem seus bolsistas vinculados a eles, razão pela qual não vislumbro um cenário de fechamento por uma auditoria do ministério público do trabalho.” Ou seja, o pós-graduando possui ambos matrícula junto à universidade e termo de outorga frente às agências de fomento, sendo no mínimo surreal o anúncio terrorista de ilegalidade dos laboratórios nas universidades.
Outro problema é o modo como Suzana expõe o quadro da não profissionalização, que dá a entender que nós, pós-graduandos, não temos direitos e deveres. Oras, novamente, lembro-os que existem termo de outorga e regimento da pós-graduação. Recebemos uma bolsa de pesquisa mensal que nos permite viver e, em contrapartida, executar o projeto de pesquisa proposto. Dizer que a profissionalização teria como consequência o estabelecimento de direitos e deveres trabalhistas é desconsiderar a pré-existência deles. Assim, a proposta de profissionalização do cientista teria como consequência real a adequação de direitos e deveres à lei trabalhista brasileira, ou seja, à CLT. (Aliás, sobre aposentadoria, especificamente, não é verdade que o tempo em que somos somente bolsistas não conte como tempo de serviço. Um projeto de emenda que poderia facilitar isso já foi discutido, porém arquivado.)
É verdade que hoje alguns dos direitos previstos na legislação trabalhista não estejam contemplados em nossos contratos com universidade e agências de fomento, mas a profissionalização não é o único modo de garantir que esses direitos existam, ou seja, podemos conseguir a ampliação dos direitos dos pós-graduandos. Assim, regulamentar férias, coibir jornadas de trabalho abusivas, coibir o assédio moral, garantir assistência médica, psicológica e odontológica são todas pautas justas que podem ser conseguidas e cuja implementação independe da criação de um cargo de cientista dentro das universidades.
scientistApós a análise da apresentação do problema, podemos partir para a proposta em si. A profissionalização do cientista defendida por Suzana sugere a criação do cargo de cientista nas universidades, a ser ocupado por graduados, de qualquer área. Além disso, defende que o financiamento dos salários e encargos sociais dos novos profissionais venha daquele recurso destinado ao pagamento das bolsas de pesquisa. A consequente redução da formação de mestres e doutores no país seria, segundo a neurocientista, uma das vantagens, uma vez que a pós-graduação – em particular o doutorado – passaria a ser valorizada. Dois aspectos precisam ser considerados.
O primeiro diz respeito à finalidade da pós-graduação e à própria definição de cientista. Se enxergarmos o cientista como categoria profissional, eu me pergunto se a graduação oferece preparo para o exercício pleno da profissão. A pós-graduação, hoje, é compreendida como um período de capacitação e treinamento em ciência. Temos, ao longo da graduação, programas de iniciação científica, mas nem todos os alunos passam pelo programa e não existem garantias sobre a eficácia desses programas em formar o cientista. Além disso, a formação durante a graduação segue, majoritariamente, um modelo de aprendizagem tradicional, passivo, que não estimula o desenvolvimento de habilidades essenciais ao cientista. Assim, se a pós-graduação, que passaria a existir somente para os mais bem sucedidos – como especialização do cientista profissional -, é fundamental para o amadurecimento científico a profissionalização contribui mais para o processo de alienação do trabalho nas universidades do que para a melhoria da qualidade de vida dos profissionais da academia.
O segundo aspecto é sobre a suposta valorização da pós-graduação a partir da restrição do acesso à mesma. Essa linha de argumentação é frequente entre os contrários à expansão do ensino superior ou de vagas para cursos específicos, como medicina, em 2012. Contudo, a expansão, em si, não causa desvalorização e nem compromete a qualidade e sim uma alocação insuficiente de recursos, financeiros e humanos, para sua implantação. Além disso, a desvalorização de um profissional é resultado de vários outros aspectos culturais, indo muito além da ausência de regulamentação e contrato por carteira assinada. Não vejo problemas em conceber o cientista como um profissional liberal, assim como artistas plásticos, escritores, músicos, advogados ou médicos. Embora muitos desses estejam regulamentados e alguns sejam empregados, o cientista produz algo, ciência, cuja atribuição de valor é artificial e que deve estar disponível para toda a sociedade. Musicistas passam boa parte da vida trabalhando sem carteira assinada e não me parece que profissionalizá-los e dar-lhes emprego precarizado (contrato de trabalho flexibilizado, junto a fundações e não à universidade) solucione seus anseios enquanto classe produtiva.
Assim, embora a inexistência de uma categoria profissional para o cientista seja, a priori, frustrante para a classe, o projeto visionado por Suzana engloba outros aspectos. A proposta criaria uma categoria fraca, já desgastada pela precarização, em prol de uma ambiciosa maior agilidade da produção científica. Nesses termos, o enfoque da profissionalização prometida parece ser a maior autonomia e agilidade para pesquisadores seniors e não a melhoria das condições de trabalho dos pós-graduandos. Nesse contexto, a criação de projetos de lei que expandam, divulguem e garantam os direitos dos pós-graduandos configuram proposições mais maduras e pragmáticas, que apontam na direção de valorização do pós-graduando e da pesquisa brasileira.


Convido-os a ler outras análises sobre o tema:
“Você quer mesmo ser cientista?” Uma reflexão sobre a pós graduação e profissionalização da ciência Patricia Bado (mestranda neurociência cognitiva – UFRJ) e Douglas Engelke (doutorando neurociências – UNIFESP).
Cientista como profissão e técnicos de nível superior nas universidades federais – Gustavo Biscaia de Lacerda – doutorando em sociologia pela UFSC, no Jornal da Ciência.
Profissionalização do cientista: um presente de grego Luana Bonone e Roberto Nunes Jr – Presidenta e Diretor de Comunicação da ANPG, respectivamente.
Criação da profissão de cientista: remédio ou veneno? Roberto Nunes Jr e Hercília Melo – Diretor de Comunicação e Diretora de CTI da ANPG, respectivamente.
Melhorar a ciência brasileira: acabar com bolsistas e criar o cargo de pesquisador? Gene Repórter
Especulando: Regulamentação da profissão de cientista = valorização do trabalho? Gene Repórter

“Você quer mesmo ser cientista?” Uma reflexão sobre a pós graduação e profissionalização da ciência


http://blog.sbnec.org.br/2013/08/voce-quer-mesmo-ser-cientista-uma-reflexao-sobre-a-pos-graduacao-e-profissionalizacao-da-ciencia/

“Você quer mesmo ser cientista?” Uma reflexão sobre a pós graduação e profissionalização da ciência

Nas últimas semanas, a proposta de regulamentação da profissão cientista1,2,3 assumiu uma ampla dimensão. De acordo ou não com a proposta de profissionalização, ela é uma realidade. Uma vez que essa questão não foi ao menos discutida seriamente sob a perspectiva das transformações no modo de produção científica, conceitos fundamentais estão sendo completamente ignorados.  Sentimos, portanto, que é importante expor essas questões e colocá-las para reflexão e debate.
Grande parte dos pós-graduandos acredita que a profissionalização é a solução para a melhoria de suas condições de trabalho e é importante, portanto, ressaltar que essa proposta propõe uma separação entre a ciência e pós-graduação. Ou seja, a profissionalização do cientista é uma questão, enquanto a melhoria de condições do pós-graduando é algo completamente diferente do que está sendo discutido na proposta de profissionalização. É importante que isso fique claro.
De acordo com a proposta de profissionalização, cientistas profissionais serão trabalhadores em ciência, com carteira assinada, enquanto os pós-graduandos serão aqueles que realmente querem se dedicar à carreira científica e acadêmica, e não somente trabalhar em ciência. Dessa forma, uma vez formados em qualquer curso de graduação, os recém graduados poderão escolher entre: (a) fazer uma pós-graduação stricto sensu ou (b) seguir a carreira de cientista (trabalhador em ciência). Alguns afirmam que, com essa separação, a pós-graduação ficará reservada para as pessoas que realmente demonstrarem autonomia intelectual e capacidade de eventualmente liderar um laboratório, enquanto quem não possui esses atributos poderá se tornar cientista.
Naturalmente, com essas afirmações, surge a questão do que é ser cientista?
Essa é uma pergunta complexa, com diversas respostas e que envolve diversos pontos de vista. Mas, principalmente, essa pergunta possui diferentes significados em diferentes momentos da ciência e, portanto, é importante contextualizar esse processo historicamente.
A ciência pós-acadêmica
Durante os séculos XVI-XVIII, os cientistas eram indivíduos com perguntas e financiamentos próprios que dedicavam suas vidas em busca de respostas. Sabemos que essa não é a realidade atual e que a ciência adquiriu um novo modo de produção. Atualmente, ela é financiada em grande parte pelo governo, que por sua vez é regido pelas grandes corporações. Quando o financiamento passa a ser restrito por determinadas agências, até mesmo a ciência mais básica não pode ser mais considerada isoladamente.
O físico e epistemólogo, John Ziman4 descreveu ainda na década de 90 o processo de transição no modo de produção científica (transformação do modo I para modo II de produção de conhecimento) e denominou essa transição de “ciência pós-acadêmica”5. Uma vez que na ciência acadêmica assume-se que os cientistas são livres para escolher suas próprias questões de investigação, com alguns limites razoavelmente estipulados, na ciência pós-acadêmica, espera-se que os cientistas trabalhem em problemas que eles não criaram pessoalmente, dentro de um grupo de pesquisa voltado para uma determinada investigação.
De maneira importante, ao se alterar o modo de produção do conhecimento, o próprio conhecimento produzido é alterado. Além disso, através da renúncia de valores ligados a uma cultura acadêmica e à adoção de valores ligados a uma cultura empresarial, o valor atribuído ao conhecimento também se altera.
Ainda que essas questões não sejam tão evidentes para nós pós-graduandos, os argumentos para melhorias de condições de pesquisa são legítimos e precisam ser atendidos.
Bastante preocupante, porém, é o fato de, indignados com as condições de trabalho e estudo, nos agarrarmos à primeira proposta de profissionalização, sem nem ao menos questionar a existência de melhores caminhos. Afinal, o papel do cientista não é questionar?
Alguns pontos importantes para a profissionalização do cientista
Antes de prosseguirmos com os argumentos da profissionalização, vale ressaltar que a profissão pesquisador já existe e você pode ser um pesquisador em diversas instituições de pesquisa (ex. Fiocruz, IDOR, Einstein, UNESP, EMBRAPA, EMBRAER, etc). Porém, essa posição não existe na maioria das Universidades, e os pesquisadores/cientistas da Universidade são oficialmente professores universitários concursados.
Mas, como ressaltamos inicialmente, por mais controversa que a proposta seja, ela é uma realidade. E, como realidade, diversos pontos importantes acerca dessa nova profissão precisam ser levantados.
1. Direitos e deveres. Todos falam muito dos direitos que os cientistas merecem, mas quais seriam exatamente os seus deveres trabalhistas? Ao nosso ver, a utilização de horas trabalhadas através de presença (bater ponto) não é apropriada, uma vez que o trabalho científico envolve competências intelectuais que não são restritas a períodos de horas trabalhadas formalmente.
2. Questão salarial. Enquanto muitos acreditam que o salário irá melhorar com a profissionalização, uma matemática básica permite um grande ceticismo em relação ao aumento salarial. Com o desconto mensal de tributos na folha de pagamento de aproximadamente 11% para contribuição previdenciária e 15% de imposto de renda (valores divulgados para 20136) o cientista contratado poderá receber um salário líquido não muito diferente do valor estipulado para a bolsa de doutorado atualmente.
3. Quadro universitário de contratações. Uma nova profissão foi criada! Agora, onde e como esses novos cientistas irão se inserir? Uma vez que a Universidade não possui um quadro de contratações (tudo ocorre somente através de concursos), essa inserção na pesquisa dentro da Universidade provavelmente será realizada via agências de fomento. Em umas das propostas, sugere-se que a verba das agências de fomento passem a ser gerenciadas por fundações (muitas delas já existentes inclusive). Pensamos que isso pode ampliar um passo na burocracia universitária e tirar a autonomia do pesquisador em gerenciar sua própria verba de pesquisa, como já acontece em algumas universidades. Portanto, devemos encarar a questão de terceirização da administração de recursos de pesquisa com cautela.
Mas afinal, se no final de toda a legislação e burocracia, retornaremos às agências de fomento, por que não criar um caminho diretamente por elas? É ingenuidade pensar que ao encaminhar propostas de mudança de legislação o problema será resolvido rapidamente. Existem projetos que tramitam há mais de 20 anos e até agora não possuem sequer menção de ser votados (tomemos o exemplo do ato médico, no qual primeiro texto foi encaminho em 2002 e só agora há homologação da proposta).
Ainda, uma vez que a profissão cientista seja criada, de forma adequada ou não, rápida ou demorada, a pós-graduação continuará na mesma situação. E é por isso que os pós-graduandos precisam buscar uma alternativa de melhorias, que não possui relação alguma com a profissionalização discutida acima.
Por uma melhoria na pós-graduação
Entendemos que a estrutura da pós-graduação no Brasil possui diversos problemas, porém, alguns de solução mais simples, não necessitando de um projeto de lei. Por exemplo, regimentos internos associados a contratos de bolsa (especificando direitos e deveres mais detalhadamente) podem ser negociados diretamente através das agências públicas de fomento (CAPES, CNPq, FAPs). Reforçamos que a criação de uma proposta de lei é algo muito demorado e pode inclusive comprometer uma tentativa de proposta diretamente com essas entidades de fomento.
Descobrimos recentemente que um projeto de lei regulamentando o salário e direitos dos pós-graduandos à classe de pesquisadores-docentes7,8 foi enviada ao congresso em 2003. Essa proposta assume uma integração entre os pós-graduandos e os pesquisadores-docentes, ao invés de propor uma separação entre eles, como na proposta atual de profissionalização. Acreditamos que devemos nos posicionar, juntamente com a classe dos docentes-pesquisadores, para mudar a realidade de docência e pesquisa nas universidades.
Porém, muitos aspectos discutidos entre os pós-graduandos como sendo necessidades urgentes são de fácil resolução, bastando incluir um contrato de bolsa mais claro e contemplando nossos direitos e deveres. A questão da carga horária, por exemplo. Por mais que esteja escrito que é regime de dedicação exclusiva (na academia, geralmente 40h), precisamos tornar essas horas explícitas. O direito a férias, licença maternidade (ponto que acreditamos que deve ser melhor discutido e pensado em relação a estratégias mais humanistas), devem estar contemplados explicitamente no contrato de bolsa seja ela federal (CNPq, CAPES) estadual (FAPs) ou agências privadas de fomento.
Ainda, é importante não focarmos a questão da ciência e da pós-graduação somente nas ciências experimentais. As ciências humanas e artes possuem inúmeros programas de pós-graduação de qualidade altíssima e possuem uma forma diferente de tratar suas questões e de olhar para suas perguntas. E não são menos ciência do que as ciências biológicas. Entretanto, é fato que em diversos desses programas, não há trabalho de bancada e sim muita leitura, disciplinas, cursos e pesquisas de campo, entre outros métodos de pesquisa adequados à essa área do conhecimento humano. Como esses estudantes seriam contemplados nessa proposta?
Acreditamos que a pós-graduação é um momento de formação e, de fato, não deve ser encarado como um emprego, pois não é. Portanto, a luta por melhorias em nossa formação são pungentes e precisamos urgentemente fortalecer os programas de pós-graduação no que se refere à qualidade dos mesmos.
Ressaltamos novamente que não há necessidade de criação de projetos de lei para resolvermos muitos de nossos problemas. Precisamos de algo muito mais urgente e de fácil resolução, caso contrário ficaremos muito mais tempo na mesma situação. Isso não é o que todos nós queremos.
Considerações finais sobre cientistas e ciência
Por fim, é um pouco desestimulante ver tamanha mobilização dos pós-graduandos para as questões de profissionalização, enquanto questões altamente relevantes para a prática científica são pouco consideradas pelos mesmos. Por exemplo, a qualidade da ciência tem sido sabidamente prejudicada com o viés de publicação em massa, no qual somente resultados positivos e novos são publicados, em detrimento de princípios básicos do método científico, como reprodutibilidade e ética. Ainda que excelentes iniciativas estejam em andamento (ex. reproducibility project9; pré-registro de estudos científicos10,11,12) e discussões a respeito de seleção estatística dos resultados tenham sido levantadas13 pouca atenção tem sido dada a essas questões no âmbito da pós-graduação.
Se o que buscamos é uma melhoria na produção de ciência e não somente das nossas próprias condições de trabalho, uma maior atenção deveria ser dada aos mecanismos vigentes de produção científica, ao invés de priorizar uma grande luta para nos adequarmos a eles. O novo modo de produção de ciência, no qual se enquadra a discussão sobre a profissionalização do cientista, ao nosso ver, não deve priorizar um trabalho intelectualmente estreito e puramente técnico sob uma bandeira de uma grande revolução da carreira científica.
Não sabemos qual será o resultado dessa iniciativa, mas pensamos ser importante discutirmos coletivamente a fim de melhorar a questão da pós-graduação, com maturidade, bom diálogo e sem decisões precipitadas. Estamos vivendo um momento importantíssimo para a ciência e precisamos nos unir para ampliar o debate acerca do rumo que queremos para a ciência brasileira.
*Por Patricia Bado e Douglas Engelke
Patricia Bado é mestranda em neurociência cognitiva no Programa de Ciências Morfológicas (PCM) do Instituto de Ciências Biomédicas da UFRJ, em colaboração com o Instituto D’Or de Pesquisa e Ensino (IDOR).
Douglas Engelke é doutorando em neurociências no Programa de Pós-Graduação em Neurologia/Neurociências  da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) e é  representante discente da Sociedade Brasileira de Neurociências e Comportamento (SBNeC). 
Esse texto é uma opinião pessoal dos autores, não representando opinião de nenhuma das instituições nas quais os autores estão vinculados.
Referências
  1. http://www.posgraduando.com/blog/a-pesquisa-cientifica-como-emprego-formal-durante-a-pos-graduacao
  2. http://www.youtube.com/watch?v=SzgxxLCRo-E
  3. http://blog.sbnec.org.br/2013/08/criacao-da-profissao-de-cientista-remedio-ou-veneno/
  4. http://www.phy.bris.ac.uk/people/berry_mv/the_papers/Berry394.pdf
  5. http://libweb.surrey.ac.uk/library/skills/Science%20and%20Society/SS_1_Reading2.pdf
  6. http://www1.folha.uol.com.br/mercado/1219805-veja-quais-sao-os-descontos-feitos-no-salario-do-trabalhador.shtml
  7. http://www.camara.gov.br/sileg/integras/172921.pdf
  8. http://www.camara.gov.br/proposicoesWeb/prop_imp;jsessionid=14DB65213E1722E5F215C3E6810A6AC6.node2?idProposicao=138322&ord=1&tp=reduzida
  9. http://openscienceframework.org/project/EZcUj/wiki/home
  10. http://www.theguardian.com/science/blog/2013/jun/05/trust-in-science-study-pre-registration
  11. http://www.jclinepi.com/article/S0895-4356(13)00184-4/abstract
  12. http://neurochambers.blogspot.co.uk/2012/10/changing-culture-of-scientific.html
  13. http://cienciahoje.uol.com.br/revista-ch/2013/303/confiabilidade-em-crise

Suzana Herculano-Houzel: Profissionalização do Cientista


https://www.youtube.com/watch?v=SzgxxLCRo-E

Suzana Herculano-Houzel: Profissionalização do Cientista (Parte 1) 

 

Primeira parte da palestra proferida pela Prof. Dra. Suzana Herculano-Houzel, no auditório do CCS, no Campus Universitário da UFRJ, na Ilha do Fundão, Rio de Janeiro, RJ, em 06/05/2013

Simpósio John Dewey - Investigação, modelos e valores


https://www.youtube.com/watch?v=WMRtGHFSwEU&index=10&list=WL

Simpósio John Dewey - Investigação, modelos e valores 

 

Investigação, modelos e valores - Luiz Henrique de Araújo Dutra - UFSC
Luiz Henrique de Araújo Dutra discute a relação que pode haver entre os valores não cognitivos e o conhecimento humano. Ele parte da seguinte pergunta: em que medida os valores podem determinar o conteúdo das teorias? Admitindo que nas ciências naturais isso não parece ser possível, o professor se propõe a averiguar se tal suposição funcionaria também para as ciências humanas. A partir de uma aproximação de aspectos do pensamento de John Dewey, ele defende uma concepção do conhecimento humano como investigação.
A palestra foi apresentada no III Simpósio Internacional em Educação e Filosofia - 150 anos do nascimento de John Dewey, que aconteceu entre 27 e 29 de julho de 2009, em Ribeirão Preto, São Paulo.

Advice to young scientists


http://www.ted.com/talks/e_o_wilson_advice_to_young_scientists

Advice to young scientists



“The world needs you, badly,” begins celebrated biologist E.O. Wilson in his letter to a young scientist. Previewing his upcoming book, he gives advice collected from a lifetime of experience — reminding us that wonder and creativity are the center of the scientific life. (Filmed at TEDMED.)
pin This video was produced by TEDMED. TED's editors featured it among our daily selections on the home page.
 
Biologist
Biologist E.O. Wilson explores the world of ants and other tiny creatures, and writes movingly about the way all creatures great and small are interdependent

We have to change the culture of science to do better research: Uri Alon at TEDxLausanne


https://www.youtube.com/watch?v=RVoz_pEeV8I&list=WL&index=60

We have to change the culture of science to do better research: Uri Alon at TEDxLausanne 

http://www.tedxlausanne.org. Uri Alon is a unique scientist. After contributing game-changing ideas to the fields of network analysis and systems biology, he focused on another type of change: the way we do science. He spread his ideas about empathy in science to the highest echelons of scientific institutions around the world using simple black-board lectures and his guitar. He calls upon scientists to form peer groups to support one another and to change the culture of science at their institution.

The moment you are deepest in the cloud of confusion is when you are closest to discovery. However, scientific method is typically taught as a completely rational process with clear steps from question to answer. To teach ourselves about being creative in the cloud of confusion, we can learn from a completely different field : improvisation theatre. Uri speaks about his journey through science and what he learned about doing science from his experience as an improvisation theatre actor.


In the spirit of ideas worth spreading, TEDx is a program of local, self-organized events that bring people together to share a TED-like experience. At a TEDx event, TEDTalks video and live speakers combine to spark deep discussion and connection in a small group. These local, self-organized events are branded TEDx, where x = independently organized TED event. The TED Conference provides general guidance for the TEDx program, but individual TEDx events are self-organized.* (*Subject to certain rules and regulations)

Why should students bother coming to class?


https://www.youtube.com/watch?v=v92pUxNlP3Y&index=29&list=WL

Why should students bother coming to class?


Can your students learn what they need to know by just reading the book, or is there value added to also seeing the "movie"? Some thoughts by Professor Lynn Hildemann on how she tries to make it worthwhile for her students to actually attend her classes.

Academic Lifehacker


http://academiclifehacker.wordpress.com/



About

Academic Lifehacker scours the web for hints, tips, and software for scholars. Research tools, presentation tips, advice for grad students, time management skills... it's all here.

Seminário "Science Indie"



Seminário "Science Indie", com o Prof. Dr. Antonio Lafuente, Rio de Janeiro, 17 de abril de 2013.

http://video.rnp.br/portal/video.action;jsessionid=C4566B5D60C72EA5551E371FD62DA0F2?idItem=866

Entenda o que é crowdfunding e crowdsourcing

http://www.em.com.br/app/noticia/tecnologia/2011/07/05/interna_tecnologia,237926/entenda-o-que-e-crowdfunding-e-crowdsourcing.shtml



Entenda o que é crowdfunding e crowdsourcing

Crowdfunding e crowdsourcing são novos conceitos que surgiram com a internet 2.0. 

Apesar dos nomes complicados, a ideia é simples: unir pessoas interessadas em ações coletivas


Correio Braziliense
Publicação: 05/07/2011 13:28 Atualização: 07/07/2011 07:57

O verbo do momento é demandar. A partir da segunda geração da World Wide Web, o ambiente on-line se tornou mais dinâmico e os internautas passaram a colaborar bastante com a criação de conteúdo nos serviços virtuais. O exemplo mais conhecido deste fenômeno é o site Wikipédia — a enciclopédia livre da internet, na qual os usuários podem inserir e modificar informações — que passou a se enquadrar no termo crowdsourcing, ou “fontes na multidão”.

A fabricante de automóveis Fiat, por exemplo, observou o fenômeno e lançou o primeiro carro criado com a ajuda dos consumidores, o Fiat Mio. Opiniões de 17 mil pessoas foram usadas para o desenvolvimento do veículo. Outros que aderiram à onda da colaboração coletiva foram os fãs do rei do pop, Michael Jackson. Eles compartilharam a produção do videoclipe The behind the mask project. A homenagem póstuma contou com seleção de mais de 15 mil vídeos enviados e pode ser vista no YouTube.

Com o crowdfunding, ou “financiamento pela multidão”, as palavrinhas difíceis de pronunciar formam as duas novidades do momento na web. Ambas utilizam a mobilização coletiva na internet para incentivar ações inteligentes. A diferença está nos objetivos. Enquanto o crowdsourcing une conhecimento sobre determinado assunto para criar conteúdo, solucionar problemas ou desenvolver novas tecnologias, o crowdfunding aglomera consumidores para financiar a produção ou exibição de projetos da área de entretenimento, como shows e filmes que não estão em cartaz.

De acordo com o coautor do livro The crowdfunding revolution (Revolução do crowdfunding, em português) Kevin Lawton, já existem mais de 175 plataformas virtuais no mundo para receber doações de recursos e hospedar projetos. Os mais conhecidos são o norte-americano Kickstarter, lançado em abril de 2009, e o francês Ulule, criado em outubro passado e com versão brasileira desde abril.

Os sites de crowdfunding funcionam como vitrines para exibir projetos e eventos que estão dispostos a serem financiados por um coletivo de pessoas e informam uma meta, em dinheiro, a ser alcançada. Quem decide contribuir pode abrir a carteira à vontade, mas existem valores mínimos a serem pagos, dependendo do site. O pagamento é feito on-line por plataformas como o PayPal.

Se o projeto atingir a meta de contribuições, a contrapartida para os apoiadores pode ser escolher entre recompensas oferecidas pelo apoiado. Caso o projeto não vingue, alguns sites lidam com o conceito de “tudo ou nada”, onde o dinheiro é reembolsado.

Iniciativas brasileiras
No Brasil, as plataformas de crowdfunding estão cada vez mais populares. Os sites Catarse, Queremos, Mobz, Senso Incomum, Benfeitoria, Incentivador, Movere.me e Embolacha são alguns que dão asas a financiamento de projetos. Mas foi com o gaúcho Vakinha que tudo começou, em março de 2009. “Fomos a primeira plataforma de crowdfunding — e a maior do país”, garante Luiz Felipe Gheller, 32 anos, sócio e fundador com Fabrício Milesi, 30.

Ao contrário do sistema “tudo ou nada” dos sites de financiamento colaborativo, o Vakinha promove doações e todo o dinheiro arrecadado é passado para os criadores das mobilizações. Além disso, os projetos não passam por avaliação criteriosa. “Existem pedidos de doação para financiar casamento, lançamento de CD e até implante de silicone”, afirma Gheller. Segundo os sócios, desde a fundação, o site já divulgou mais 40 mil eventos, movimentou R$ 2,5 milhões e possui cerca de 200 mil acessos diários.

“Na internet, as boas ideias conseguem se espalhar de uma maneira mais rápida. As pessoas começam a se articular e a fazer acontecer”, analisa Diego Reeberg, 23 anos, um dos seis sócios do Catarse. Criado em 17 de janeiro deste ano por amigos de São Paulo, Porto Alegre e Rio de Janeiro, o site é a primeira plataforma de crowdfunding no país que só aceita projetos com ideias inéditas. O Catarse trabalha com a devolução do dinheiro aos apoiadores quando as metas não são atingidas. Mas se a iniciativa der certo, os colaboradores recebem recompensas de quem foi ajudado. Segundo Reeberg, a plataforma recebe 5 mil acessos por dia e, dos 90 projetos divulgados, 67% foram bem-sucedidos.

Outra iniciativa brasileira de crowdfunding é o projeto Queremos, do Rio de Janeiro. O site conseguiu arrecadar R$ 170 mil por meio do financiamento coletivo e levou à cidade maravilhosa o show da banda norte-americana LCD Sowndsystem, em fevereiro deste ano. Juntando pequenas contribuições, o Queremos conseguiu se lançar como uma opção independente de produtoras. No site, os seis sócios anunciam shows de artistas que podem vir ao Brasil e o público se torna patrocinador. A diferença para o Catarse é que a recompensa para o fã é a devolução do dinheiro pago, no caso de quem compra ingresso reembolsável.

De olho no futuro
Há mais de 20 anos, empresas de vários ramos são adeptas do termo outsourcing para terceirizar mão de obra que desenvolva atividades pontuais, sem necessidade de contratação. Agora, o crowdsourcing traz mais uma possibilidade para organizações economizarem e oferecerem oportunidades de trabalhos esporádicos e que possam ser feitos on-line. Em sites parecidos com leilões, candidatos enviam propostas e o cliente escolhe quem será contratado temporariamente.

‘Crowdsourcing’ está transformando a ciência da psicologia

http://opiniaoenoticia.com.br/vida/ciencia/crowdsourcing-esta-transformando-a-ciencia-da-psicologia/


Pesquisas acadêmicas

‘Crowdsourcing’ está transformando a ciência da psicologia

Ferramenta permitirá amostragem mais heterogênea de cobaias em pesquisas

fonte | A A A
Estudantes de graduação são os ratos de laboratório da psicologia. Incentivados por prêmios na forma de dinheiro e créditos universitários, eles farão os equivalentes humanos de andar por labirintos e apertar os botões nas câmaras de Skinner. Isto é uma maravilha, pois fornece aos psicólogos uma oferta infindável de cobaias disponíveis. Mas é também um problema porque essas cobaias são em sua maioria brancas, educadas, industrializadas, ricas e democráticas, de modo que não são representativas de populações como um todo. Com efeito, como Dr. Henrich descobriu em sua análise dos principais periódicos acadêmicos de psicologia, um estudante de graduação norte-americano aleatório tem 4.000 vezes mais chances do que um ser humano normal de ser cobaia desses estudos. Inferir conclusões gerais acerca do comportamento humano a partir desses resultados é arriscado. Porém, essa situação está prestes a acabar.
As principais razões pelas quais os estudantes de graduação foram favorecidos no passado é que eles são baratos e fáceis de recrutar pelos acadêmicos. Mas uma nova fonte de oferta está emergindo: o fornecimento coletivo de trabalho online.
O fornecimento coletivo de trabalho online, mais conhecido como crowdsourcing, é um modo de realizar trabalhos através da ação de trabalhadores online remunerados. Várias empresas oferecem o serviço, inclusive o Desk, o CrowdFlower e o Elance. Mas o serviço mais famoso para fins científicos, de longe, é o Mechanical Turk, administrado pela Amazon e batizado em homenagem à máquina jogadora de xadrez do século XVIII que era secretamente operada por um humano.
O Mechanical Turk tem mais de 500 mil pessoas, conhecidas como Turkers, em sua força de trabalho. Isso é uma dádiva para o psicólogo com prazos e sem muito dinheiro. A maioria dos Turkers está disposta a trabalhar por alguns trocados. (A remuneração mediana é de US$ 1,40 por hora). A maioria dos Turkers encara as atividades do site mais como um hobby renumerado do que como um emprego de verdade. E, de modo crucial, eles estão ficando mais cosmopolitas a cada ano que passa. Ainda que 40% ainda sejam norte-americanos, um terço são indianos e o restantes vem de cerca de 100 outros países.
A revolução, então, já começou. Até agora, o Google Scholar, um site devotado a assuntos acadêmicos, registra 3 mil estudos publicados que envolvem experimentos com fornecimento de trabalho coletivo online. Discussões em conferências entre psicólogos, economistas, cientistas políticos, linguistas e cientistas da computação sugerem que isso pode ser a ponta do iceberg. Seria um exagero dizer que o crowdsourcing transformou o mundo todo em um laboratório, mas sem dúvida diminuiu o viés da psicologia.

Ajude a ciência doando a capacidade de processamento ociosa do seu computador


http://www.setibr.org/

Ajude a ciência doando a capacidade de processamento ociosa do seu computador

 

 

http://boinc.berkeley.edu/

O SETIBR, fundado em 1999, é o maior grupo brasileiro de apoio aos projetos BOINC, que utilizam processamento distribuído e computação voluntária para pesquisas e experimentos científicos.
Para participar, basta instalar o BOINC no seu computador, escolher de quais projetos participar e, opcionalmente, filiar-se aos times do SETIBR nos projetos.


academictorrents.com/


http://academictorrents.com/



Mission


Personal Statement
+This service is designed to facilitate storage of all the data used in research, including datasets as well as publications. There are many advantages of using bittorrent technology to disseminate this work.
  • Distributed storage and content delivery provided by anyone. Files can be securely downloaded from other users of the system. They can share the file for a day or a year.
  • Mirroring the content can be done from a desktop computer anywhere. Everyone surrounding this computer will have local access to the data automatically and securely.
  • Bundles of files, not just papers, or any size can be disseminated in this way as long as at least one person can become a seed for that data.
Torrent technology allows a group of editors to "seed" their own peer-reviewed published articles with just a torrent client. Each editor can have part or all of the papers stored on their desktops and have a torrent tracker to coordinate the delivery of papers without a dedicated server. + One aim of this site is to create the infrastructure to allow open access journals to operate at low cost. By facilitating file transfers, the journal can focus on its core mission of providing world class research. After peer review the paper can be indexed on this site and diseminated throughout our system.
+ Large dataset delivery can be supported by researchers in the field that have the dataset on their machine. A popular large dataset doesn't need to be housed centrally. Researchers can have part of the dataset they are working on and they can help host it together.
+ Libraries can host this data to host papers from their own campus without becoming the only source of the data. So even if a library's system is broken other universities can participate in getting that data into the hands of researchers.
-Joseph Paul Cohen 2013
joseph /at/ josephpcohen.com