http://www.em.com.br/app/noticia/tecnologia/2011/07/05/interna_tecnologia,237926/entenda-o-que-e-crowdfunding-e-crowdsourcing.shtml
Entenda o que é crowdfunding e crowdsourcing
Crowdfunding e crowdsourcing são novos
conceitos que surgiram com a internet 2.0.
Apesar dos nomes complicados,
a ideia é simples: unir pessoas interessadas em ações coletivas
Correio Braziliense
Publicação: 05/07/2011 13:28
Atualização: 07/07/2011 07:57
O verbo do momento
é demandar. A partir da segunda geração da World Wide Web, o ambiente
on-line se tornou mais dinâmico e os internautas passaram a colaborar
bastante com a criação de conteúdo nos serviços virtuais. O exemplo mais
conhecido deste fenômeno é o site Wikipédia — a enciclopédia livre da
internet, na qual os usuários podem inserir e modificar informações —
que passou a se enquadrar no termo crowdsourcing, ou “fontes na
multidão”.
A fabricante de automóveis Fiat, por exemplo, observou
o fenômeno e lançou o primeiro carro criado com a ajuda dos
consumidores, o Fiat Mio. Opiniões de 17 mil pessoas foram usadas para o
desenvolvimento do veículo. Outros que aderiram à onda da colaboração
coletiva foram os fãs do rei do pop, Michael Jackson. Eles
compartilharam a produção do videoclipe The behind the mask project. A
homenagem póstuma contou com seleção de mais de 15 mil vídeos enviados e
pode ser vista no YouTube.
Com o crowdfunding, ou “financiamento
pela multidão”, as palavrinhas difíceis de pronunciar formam as duas
novidades do momento na web. Ambas utilizam a mobilização coletiva na
internet para incentivar ações inteligentes. A diferença está nos
objetivos. Enquanto o crowdsourcing une conhecimento sobre determinado
assunto para criar conteúdo, solucionar problemas ou desenvolver novas
tecnologias, o crowdfunding aglomera consumidores para financiar a
produção ou exibição de projetos da área de entretenimento, como shows e
filmes que não estão em cartaz.
De acordo com o coautor do livro
The crowdfunding revolution (Revolução do crowdfunding, em português)
Kevin Lawton, já existem mais de 175 plataformas virtuais no mundo para
receber doações de recursos e hospedar projetos. Os mais conhecidos são o
norte-americano Kickstarter, lançado em abril de 2009, e o francês
Ulule, criado em outubro passado e com versão brasileira desde abril.
Os
sites de crowdfunding funcionam como vitrines para exibir projetos e
eventos que estão dispostos a serem financiados por um coletivo de
pessoas e informam uma meta, em dinheiro, a ser alcançada. Quem decide
contribuir pode abrir a carteira à vontade, mas existem valores mínimos a
serem pagos, dependendo do site. O pagamento é feito on-line por
plataformas como o PayPal.
Se o projeto atingir a meta de
contribuições, a contrapartida para os apoiadores pode ser escolher
entre recompensas oferecidas pelo apoiado. Caso o projeto não vingue,
alguns sites lidam com o conceito de “tudo ou nada”, onde o dinheiro é
reembolsado.
Iniciativas brasileiras
No
Brasil, as plataformas de crowdfunding estão cada vez mais populares.
Os sites Catarse, Queremos, Mobz, Senso Incomum, Benfeitoria,
Incentivador, Movere.me e Embolacha são alguns que dão asas a
financiamento de projetos. Mas foi com o gaúcho Vakinha que tudo
começou, em março de 2009. “Fomos a primeira plataforma de crowdfunding —
e a maior do país”, garante Luiz Felipe Gheller, 32 anos, sócio e
fundador com Fabrício Milesi, 30.
Ao contrário do sistema “tudo
ou nada” dos sites de financiamento colaborativo, o Vakinha promove
doações e todo o dinheiro arrecadado é passado para os criadores das
mobilizações. Além disso, os projetos não passam por avaliação
criteriosa. “Existem pedidos de doação para financiar casamento,
lançamento de CD e até implante de silicone”, afirma Gheller. Segundo os
sócios, desde a fundação, o site já divulgou mais 40 mil eventos,
movimentou R$ 2,5 milhões e possui cerca de 200 mil acessos diários.
“Na
internet, as boas ideias conseguem se espalhar de uma maneira mais
rápida. As pessoas começam a se articular e a fazer acontecer”, analisa
Diego Reeberg, 23 anos, um dos seis sócios do Catarse. Criado em 17 de
janeiro deste ano por amigos de São Paulo, Porto Alegre e Rio de
Janeiro, o site é a primeira plataforma de crowdfunding no país que só
aceita projetos com ideias inéditas. O Catarse trabalha com a devolução
do dinheiro aos apoiadores quando as metas não são atingidas. Mas se a
iniciativa der certo, os colaboradores recebem recompensas de quem foi
ajudado. Segundo Reeberg, a plataforma recebe 5 mil acessos por dia e,
dos 90 projetos divulgados, 67% foram bem-sucedidos.
Outra
iniciativa brasileira de crowdfunding é o projeto Queremos, do Rio de
Janeiro. O site conseguiu arrecadar R$ 170 mil por meio do financiamento
coletivo e levou à cidade maravilhosa o show da banda norte-americana
LCD Sowndsystem, em fevereiro deste ano. Juntando pequenas
contribuições, o Queremos conseguiu se lançar como uma opção
independente de produtoras. No site, os seis sócios anunciam shows de
artistas que podem vir ao Brasil e o público se torna patrocinador. A
diferença para o Catarse é que a recompensa para o fã é a devolução do
dinheiro pago, no caso de quem compra ingresso reembolsável.
De olho no futuro
Há
mais de 20 anos, empresas de vários ramos são adeptas do termo
outsourcing para terceirizar mão de obra que desenvolva atividades
pontuais, sem necessidade de contratação. Agora, o crowdsourcing traz
mais uma possibilidade para organizações economizarem e oferecerem
oportunidades de trabalhos esporádicos e que possam ser feitos on-line.
Em sites parecidos com leilões, candidatos enviam propostas e o cliente
escolhe quem será contratado temporariamente.
Nenhum comentário:
Postar um comentário