"A pesquisa conta, não a revista"
https://www.facebook.com/nobelprize/videos/10154698321384103/
quarta-feira, 28 de junho de 2017
domingo, 25 de junho de 2017
Dossiê produtivismo Adusp
Dossiê produtivismo Adusp
http://www.adusp.org.br/index.php/imprensa/revista-adusp/2872-maio-2017
Revista nº 60 - maio de 2017
http://www.adusp.org.br/index.php/imprensa/revista-adusp/2872-maio-2017
Revista nº 60 - maio de 2017
segunda-feira, 29 de maio de 2017
Série de Vídeos Quinquilharia
Série de vídeos sobre dicas para pós-graduação da antropóloga Débora Diniz.
https://www.youtube.com/watch?v=ufc6OtyQkuc&list=PLf-Oz5dUh_ni-Fk-3zkaILPc0xC1sAxyX&index=1
https://www.youtube.com/watch?v=ufc6OtyQkuc&list=PLf-Oz5dUh_ni-Fk-3zkaILPc0xC1sAxyX&index=1
segunda-feira, 10 de abril de 2017
O sofisticado nepotismo das universidades brasileiras
O sofisticado nepotismo das universidades brasileiras

Quando recebeu o título de professor emérito da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (USP), em 1997, o geógrafo Milton Santos[1] pronunciou um discurso intitulado O intelectual e a universidade estagnada.[2]
Nessa intervenção, indagando-se sobre as possibilidades de produção
adequada de conhecimento num mundo em constante mudança, questionou:
Como fazê-lo no Brasil, onde a vida
intelectual está organizada em torno de clubes, de clãs e do
enturmamento, sendo às vezes mais útil passar as noites em reuniões com
os colegas que mandam, do que queimar as pestanas, como antigamente se
dizia, em frente dos livros.
Santos aponta para um fenômeno bastante comum na paisagem universitária nacional, a saber: a endogamia.
Formam-se grupos de poder e de influência entre os membros da
comunidade acadêmica, os quais aparelham e capturam as instituições,
mandando, desmandando e ditando seus rumos e perpetuando-se nas posições
de chefia. Nesses casos, como disse o geógrafo, vale mais a pena
investir o tempo em cópulas sociais – quando não físicas – com colegas
influentes do que em estudos, pesquisas e publicações.
Outro aspecto dessa formação de panelinhas é a endogenia:
a produção das futuras gerações acadêmicas no interior da própria
universidade, sem muito espaço para influências externas. Isso está bem
documentado por uma pesquisa do departamento de ciência da computação da
Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) sobre circulação de pesquisadores no Brasil[3].
Analisando cerca de seis mil pesquisadores brasileiros, o grupo
observou que apenas 20% (um quinto do total, portanto) constroem suas
carreiras profissionais a mais de quinhentos quilômetros (500km) de onde
fizeram sua formação universitária. A avassaladora maioria permanece
nos entornos de sua alma mater, o que facilita – geograficamente, inclusive – a perpetuação de esferas de influência.
O efeito mais pernicioso dessa estrutura de reprodução endogâmica e endogênica é o engessamento
e a falta de circulação – não só de pessoas, mas de ideias. Gerações
atuais costumam repetir ou, na melhor das hipóteses, reformular os
trabalhos realizados por seus orientadores e orientadoras e,
consequentemente, treinar gerações futuras para seguir na mesma toada: a
repetição da repetição, ad nauseam. Ora, a força das universidades e da vida acadêmica reside precisamente em sua capacidade de abertura
a novas ideias. Sem ela, é impossível à universidade realizar sua
tarefa mais vital, da qual sua sobrevivência depende estritamente, como
bem apontou Santos:
A universidade, aliás, é, talvez, a
única instituição que pode sobreviver apenas se aceitar críticas, de
dentro dela própria, de uma ou outra forma. Se a universidade pede aos
seus participantes que calem, ela está se condenando ao silêncio, isto
é, à morte, pois seu destino é falar. A fidelidade reclamada não pode
ser à universidade, e a ela não temos razão para ser fiéis. Nossa única
fidelidade é com a ideia de universidade. E é a partir da ideia sempre
renovada de universidade que julgamos as universidades concretas e
sugerimos mudanças.
Pois bem, embora não se configurem estritamente como casos de nepotismo
– o favorecimento de parentes na nomeação de cargos – porque não se
tratam de relações consanguíneas, há de se convir que a atuação de padrinhos e madrinhas acadêmicos
é decisiva na construção de carreiras na universidade. Além de impedir a
renovação científica, intelectual e crítica das instituições,
pressupostos de seu fortalecimento, essa prática – que não é
exclusivamente brasileira – provoca distorções quanto à primazia da
qualidade acadêmica ou promoção de certa meritocracia.
Para além de razões culturais,
antropológicas e sociológicas que invocam traços da formação brasileira
como compadrio e cordialidade, uma das causas desse fenômeno está na
própria estrutura de carreira das universidades
brasileiras, especialmente as públicas. Uma vez aprovado(a) no concurso,
o(a) docente adquire estabilidade no cargo após um período de
experiência de alguns anos – normalmente três. Assim, ele ou ela só
mudará de instituição para se transferir para outra de maior prestígio.
Nas melhores universidades do país, isso raramente acontece.
Como combater esse problema? Engana-se quem pensa que a solução esteja na extinção da estabilidade.
Países anglófonos, como Estados Unidos, Inglaterra e Austrália, por
exemplo, concedem estabilidade a uma parcela cada vez menor de docentes[4],
o que gera uma massa de profissionais com contratos temporários
instáveis e precários, sobrecarregados por obrigações e impossibilitados
de desenvolver pesquisas de médio-longo prazo – o que, irônica e
paradoxalmente, lhes qualificaria para postos permanentes. Países como
Alemanha, França e Itália têm soluções locais para promover algum grau
de circulação em seus sistemas universitários, mas essas costumam estar
intimamente ligadas à história e à constituição desses.
Não é necessário, entretanto, importar
soluções. Um caminho se encontra disponível no Brasil, nas carreiras
jurídicas, por exemplo. Carreiras federais são organizadas
nacionalmente, e os ingressantes distribuídos pelas diversas Unidades da
Federação de acordo com a demanda e disponibilidade de vagas de cada
uma delas (exemplo: Ministério Público Federal). Ao longo da carreira, a
cada x anos, o(a) profissional pode optar por se transferir
para outra localidade – novamente de acordo com a demanda e a
disponibilidade de vagas. O mesmo acontece em esfera estadual (exemplo:
magistratura estadual). Isso tudo sem prejuízo da estabilidade no cargo.
Por que não tentar algo semelhante na
carreira acadêmica? Docentes e pesquisadores poderiam prestar concursos
federais e estaduais, após cuja aprovação seriam alocados nas
instituições que carecessem de profissionais. Alguns anos depois,
poderiam solicitar transferência para outras, se for de seu interesse.
Naturalmente, não se trata de uma
solução perfeita. Ela não impede a captura de bancas de concursos por
grupos de influência e distorções sistêmicas. No entanto, já é mais do
que se tem feito hoje para combater esse grave problema: nada. Dado o que está em jogo, vale a aposta.
Rafael Barros de Oliveira - Colaborador do Terraço Econômico
[2] http://www.adusp.org.br/files/revistas/11/r11a03.pdf
[3] http://revistapesquisa.fapesp.br/2016/01/12/circulacao-limitada/
[4] https://www.insidehighered.com/news/2009/05/12/workforce
sábado, 24 de dezembro de 2016
O que é pesquisa translacional?
http://hypescience.com/pesquisa-translacional-o-que-e/
Conceitua-se pesquisa translacional como sendo toda a pesquisa que tem seu início na ciência básica e sua conclusão na aplicação prática do conhecimento apreendido.
Em especial tem-se sua aplicação na medicina, quando, por exemplo, na pesquisa sobre uma determinada proteína presente em um canal de membrana celular tem-se a continuidade do processo até sua culminação com o desenvolvimento de uma medicação para a terapia de uma determinada doença degenerativa.
Na pesquisa tradicional correntemente se divide a tarefa em dois grupos estanques: Um de pesquisa básica (ou laboratorial) e outro de pesquisa clínica, onde, na maioria dos casos não se permeia nenhuma articulação entre os dois, existindo um hiato permanente entre esses dois tipos de pesquisa.
Por esta razão, muitas vezes, o conhecimento produzido pela pesquisa básica não é bem aproveitado para fins práticos ou seu na melhor das hipóteses seu aproveitamento se dá de uma forma muito lenta e pouco promissora.
Com o advento da pesquisa translacional se observa uma continuidade do trabalho do pesquisador com a articulação entre o laboratório (onde se desenvolve as descobertas da ciência base) e a clínica (onde se realizam as aplicações práticas).
É fácil intuir que o caminho de realimentação da clínica para o laboratório também favorece o avanço da conquista e aperfeiçoamento da ciência base.
Este itinerário do laboratório para a clínica define a essência da pesquisa translacional em seu propósito de traduzir as descobertas básicas do laboratório em aplicações práticas para a clínica com eficiência, eficácia e agilidade.
Como é natural, as ideias que são testadas na clinica raramente se tornam eficientes de um dia para o outro. É sempre necessário um refinamento futuro.
Desta forma os resultados clínicos tendem também a retornar para o laboratório, num feedback, que como dito anteriormente contribui significativamente na melhoria e aperfeiçoamento daquela estratégia terapêutica, completando o itinerário de retorno da clínica para o laboratório.
A pesquisa translacional ou, no seu original em inglês, translational research, se propõe a preencher este vácuo existente entre o pesquisador da ciência básica e o clínico em seus campos de prática.
Embora o termo seja bastante recente, essa noção de “intercâmbio de resultados de pesquisa” não é.
Tal dinâmica vem sendo discutida desde as décadas de 1970 e 1980, nos Estados Unidos e também no Brasil, nos Seminários Nacionais de Pesquisa em Enfermagem, por exemplo.
O assunto é veiculado no editorial do Journal of the American Medical Association (JAMA), em 2002, quando se determina como essencial para melhorar a saúde humana a “necessidade de tradução de novos conhecimentos, mecanismos e técnicas geradas pelo avanço nas pesquisas básicas para oferecer novas possibilidades de prevenção, diagnostico e tratamento das doenças”.
A partir desta publicação, as demais áreas da saúde passaram a se questionar mais acuradamente sobre formas de conduzir para a prática assistencial esta “tradução”.
Em 2005, foi criado o “The Translational Research Working Group (TRWG)” (Grupo de Trabalho em Pesquisa Translacional), vinculado ao Instituto Nacional de Câncer, dos EUA, com o propósito de fomentar as pesquisas translacionais nesta área especifica.
A Universidade de Washington fundou, em 2007, o “Institute of Translational Health Sciences (ITHS)” (Instituto de Ciências Translacionais) tendo como principal foco a medicina genética.
Em 2009, são criados dois importantes periódicos: o “Translational Research – The journal of Laboratory and Clinical Medicine”, e o “The American Journal of Translational Research”.
No Brasil foi criado, recentemente, o Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia Translacional em Medicina uma instituição de pesquisa multicêntrica financiada pelo CNPq e sediada na Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
Podemos afirmar sem nenhum exagero que tais iniciativas representam uma coleção estimulante de boas notícias.
Conceitua-se pesquisa translacional como sendo toda a pesquisa que tem seu início na ciência básica e sua conclusão na aplicação prática do conhecimento apreendido.
Em especial tem-se sua aplicação na medicina, quando, por exemplo, na pesquisa sobre uma determinada proteína presente em um canal de membrana celular tem-se a continuidade do processo até sua culminação com o desenvolvimento de uma medicação para a terapia de uma determinada doença degenerativa.
Na pesquisa tradicional correntemente se divide a tarefa em dois grupos estanques: Um de pesquisa básica (ou laboratorial) e outro de pesquisa clínica, onde, na maioria dos casos não se permeia nenhuma articulação entre os dois, existindo um hiato permanente entre esses dois tipos de pesquisa.
Por esta razão, muitas vezes, o conhecimento produzido pela pesquisa básica não é bem aproveitado para fins práticos ou seu na melhor das hipóteses seu aproveitamento se dá de uma forma muito lenta e pouco promissora.
Com o advento da pesquisa translacional se observa uma continuidade do trabalho do pesquisador com a articulação entre o laboratório (onde se desenvolve as descobertas da ciência base) e a clínica (onde se realizam as aplicações práticas).
É fácil intuir que o caminho de realimentação da clínica para o laboratório também favorece o avanço da conquista e aperfeiçoamento da ciência base.
Este itinerário do laboratório para a clínica define a essência da pesquisa translacional em seu propósito de traduzir as descobertas básicas do laboratório em aplicações práticas para a clínica com eficiência, eficácia e agilidade.
Como é natural, as ideias que são testadas na clinica raramente se tornam eficientes de um dia para o outro. É sempre necessário um refinamento futuro.
Desta forma os resultados clínicos tendem também a retornar para o laboratório, num feedback, que como dito anteriormente contribui significativamente na melhoria e aperfeiçoamento daquela estratégia terapêutica, completando o itinerário de retorno da clínica para o laboratório.
A pesquisa translacional ou, no seu original em inglês, translational research, se propõe a preencher este vácuo existente entre o pesquisador da ciência básica e o clínico em seus campos de prática.
Embora o termo seja bastante recente, essa noção de “intercâmbio de resultados de pesquisa” não é.
Tal dinâmica vem sendo discutida desde as décadas de 1970 e 1980, nos Estados Unidos e também no Brasil, nos Seminários Nacionais de Pesquisa em Enfermagem, por exemplo.
O assunto é veiculado no editorial do Journal of the American Medical Association (JAMA), em 2002, quando se determina como essencial para melhorar a saúde humana a “necessidade de tradução de novos conhecimentos, mecanismos e técnicas geradas pelo avanço nas pesquisas básicas para oferecer novas possibilidades de prevenção, diagnostico e tratamento das doenças”.
A partir desta publicação, as demais áreas da saúde passaram a se questionar mais acuradamente sobre formas de conduzir para a prática assistencial esta “tradução”.
Em 2005, foi criado o “The Translational Research Working Group (TRWG)” (Grupo de Trabalho em Pesquisa Translacional), vinculado ao Instituto Nacional de Câncer, dos EUA, com o propósito de fomentar as pesquisas translacionais nesta área especifica.
A Universidade de Washington fundou, em 2007, o “Institute of Translational Health Sciences (ITHS)” (Instituto de Ciências Translacionais) tendo como principal foco a medicina genética.
Em 2009, são criados dois importantes periódicos: o “Translational Research – The journal of Laboratory and Clinical Medicine”, e o “The American Journal of Translational Research”.
No Brasil foi criado, recentemente, o Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia Translacional em Medicina uma instituição de pesquisa multicêntrica financiada pelo CNPq e sediada na Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
Podemos afirmar sem nenhum exagero que tais iniciativas representam uma coleção estimulante de boas notícias.
sexta-feira, 4 de novembro de 2016
Why Professors Are Writing Crap That Nobody Reads
http://www.intellectualtakeout.org/blog/why-professors-are-writing-crap-nobody-reads
Why Professors Are Writing Crap That Nobody Reads
Professors
usually spend about 3-6 months (sometimes longer) researching and
writing a 25-page article to submit an article to an academic journal.
And most experience a twinge of excitement when, months later, they open
a letter informing them that their article has been accepted for
publication, and will therefore be read by…
Yes, you read that correctly. The numbers reported by recent studies are pretty bleak:
- 82 percent of articles published in the humanities are not even cited once.
- Of those articles that are cited, only 20 percent have actually been read.
- Half of academic papers are never read by anyone other than their authors, peer reviewers, and journal editors.
So what’s the reason for this madness? Why does the
world continue to be subjected to just under 2 million academic journal
articles each year?
Well, the main reason is money and job-security. The
goal of all professors is to get tenure, and right now, tenure continues
to be awarded tenure based in part on how many peer-reviewed
publications they have. Tenure committees treat these publications as
evidence that the professor is able to conduct mature research.
Sadly, however, many academic articles today are merely
exercises in what one professor I knew called “creative plagiarism”:
rearrangements of previous research with a new thesis appended on to
them.
Another reason is increased specialization in the modern
era, which is in part due to the splitting up of universities into
various disciplines and departments that each pursue their own logic.
One unfortunate effect of this specialization is that
the subject matter of most articles make them inaccessible to the
public, and even to the overwhelming majority of professors. (Trust me:
most academics don’t even want to read their peers’ papers.) Some of the
titles in the most recent issues of the Journal of the American Academy of Religion—which proclaims itself as “the top academic journal in the field of religious studies”—serve as evidence:
- “Dona Benta’s Rosary: Managing Ambiguity in a Brazilian Women’s Prayer Group”
- “Death and Demonization of a Bodhisattva: Guanyin’s Reformulation within Chinese Religion”
- “Brides and Blemishes: Queering Women’s Disability in Rabbinic Marriage Law”
Thus, increased specialization has led to increased
alienation between not only professors and the general public, but also
between the professors themselves.
All of this is very unfortunate. Ideally, the great
academic minds of a society should be put to work for the sake of
building up that society and addressing its problems. Instead, most
Western academics today are using their intellectual capital to answer
questions that nobody’s asking on pages that nobody’s reading.
What a waste.
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